Somos sempre incentivados a olhar para nossas forças, motivações e coragens.
Afinal, necessitamos delas.
Mas há também um valor em nossas fragilidades e arrependimentos.
É quando nos reconhecemos humanos, nos aproximamos daqueles que talvez tenhamos julgado e criticado antes, quando nos sentíamos “por cima”, quando nos sentíamos melhores e já isentos de certas emoções que nos assustam e de que não gostamos mas que, em geral, só percebíamos nos outros.
Bem, não somos santos, santidade é só um conceito. Somos humanos, esta é nossa condição.
Com um pouco de entendimento e dignidade, somos seres tentando viver além do instinto, das paixões e da violência. Às vezes, conseguimos. Nas vezes em que não conseguimos e isso nos constrange, entristece, em geral, é quando mais podemos aprender sobre nós mesmos.
Objetividade
Nem sempre vai ser fácil se manter positivo, diante da nossa sombra. Seria uma tola ingenuidade esperar isso. E em geral, enxergamos essa sombra no outro, não em nós.
A vida tende a ser imprevista, ela nos lança e balança, nos traz situações que nos ajudem a evoluir…
Quando nos sentimos lesados, quando responsabilizamos alguém por uma dificuldade ou dissabor, é comum dirigir-lhe nosso descontentamento, palavras ácidas, pensamentos desagradáveis. Mas é o NOSSO dia/semana/mês que fica pesado e ruim.
Por isso, é bom perguntar: que importância real isso tem? E que importância eu estou lhe concedendo, a ponto de estragar meu humor e minhas horas?
Há algo objetivo a ser feito, no sentido de uma solução? Ou não?
É quando deixo de ser vítima e assumo a porção que me cabe, na situação. Então solto o que não posso mudar lá fora. Começo a trabalhar por dentro. Abro mão do direito de me aborrecer. Me concentro no que posso melhorar e naquilo que posso fazer.
(Fusão de dois textos publicados em Anotações Informais.)