Você pode ser uma avó em sua melhor versão, carinhosa… quituteira, até. Daquela que passou anos da sua vida com os netos, pra mãe deles poder trabalhar. Mas chega um dia em que seus netos não precisam mais do seu tempo, vão fazer outras coisas da idade deles e você para de receber visitas. Eles agora são ocupados e aparecem pra almoçar na sua casa em algumas datas convencionais do ano, assim você vê como cresceram, como mudaram, enquanto que, para eles, você parece a mesma de sempre. Em geral, não estão prestando muita atenção…
Você pode ser uma namorada ou esposa pensando que tem seu lugar seguro ao lado de um homem, até descobrir que seu marido ou namorado estava enganando você, saindo com outra. Isso faz você não saber exatamente onde está e para onde ir, pelo menos durante uns dias. Não esperava por isso, mas vai se recuperar da surpresa.
Bem, o que quero dizer é que o lugar de uma mulher não é necessariamente fixo e garantido, na relação com as outras pessoas. E isso significa que você pode se sentir meio “deslocada” ou até “perdida”, se acha que esse lugar será sempre o mesmo.
Mas o lugar da mãe parece geneticamente, familiarmente, socialmente garantido. Seus filhos são seus filhos. Da barriga ou do coração, eles se acostumaram a olhar pra você desde pequenos com alguma admiração e afeto. Eles lhe trazem cartões, telefonam, procuram por você quando precisam. Se você não “pisou na bola” com eles, eles não têm por que brigar ou parar de falar com você. E a sociedade consumista insiste em que eles lhe deem um presente num dia do ano chamado das Mães.
Agora, você já se perguntou qual lugar ocupa na vida das pessoas queridas do seu coração? Isso é relevante, porque muito do que você pensa e decide tem a ver com a resposta que encontrou.
Entenda que amo ser mãe e, mais recentemente, avó (duas vezes!). Amo estar estar casada. Amo as relações familiares e afetivas com todo meu ser. Sou otimista e tenho fé nas pessoas. Acredito em vínculos espirituais, em companheirismo e longas parcerias, em amizade e amor verdadeiros, em relações que atravessam milênios e são construídas com nossas histórias e nossos passos, nesta e na outra vida. Tais relações são belas, fazem vibrar nosso ser, recebem nossos melhores pensamentos e sentimentos.
Mas acredito que o principal em qualquer relação é saber: quem é você pra você e quem é você na relação?
O que você faz por você?
Quais são os seus limites perante as outras pessoas? (Quando alguém a desrespeita e você permite, é você que está se desrespeitando.)
O que você aceita e permite, sem abrir mão do que considera essencial na sua vida?
O que você faz por você?…
Mães, que vocês sejam muito felizes com suas escolhas, rodeadas pela família e filhos. E que essas escolhas as levem a lindos lugares. É isso que lhes desejo.
(Editado e republicado de Anotações Informais.)