A maior parte das coisas realmente legais só acontece quando a gente corre atrás. Mas correr atrás não significa afobar-se, meter os pés pelas mãos, nem perder o melhor da vida.

Há, sim, esforço, cansaço, possibilidade de desilusão. Mas há surpresas, colheita de ensinamentos e alegria, também. Afinal, é preciso subir o morro para apreciar a vista. Mas tem pessoas que nunca experimentam isso. Elas vivem numa prisão mental chamada comodismo.

Vivemos numa cultura em que ter alguém pra fazer as coisas para si é sinal de status. E isso se confunde, muitas vezes, com poder ter uma boa vida. Quem cresceu em famílias superprotetoras, também se habituou a um tipo de sensação de segurança que pressupõe jamais sair do terreno conhecido.

Repetir os passos dos pais. Fazer o que todo mundo faz. Tudo isso parece um caminho garantido de felicidade. No entanto, isso não os deixa felizes de fato ou traz sensação de realização – apenas cria e sustenta uma atitude interna de conformismo.

Surgem momentos na vida, porém, que representam oportunidades de crescimento e mudança, e são esses momentos que realmente nos fazem sentir vivos, com energia renovada. Correr riscos, mudar de emprego, mudar de cidade, iniciar um novo relacionamento.

Há, então, duas possibilidades: ou assumimos incerteza quanto às circunstâncias, abraçando a confiança em nós mesmos, ou nos apegamos ao estabelecido e reforçamos a prisão em torno de nós, mesmo desmotivados, seguindo a rotina e os velhos hábitos.

Mas não se esqueça de que o comodista também, evitando assumir a responsabilidade de fazer o que sonha ou almeja, renuncia ao que lhe trará real satisfação de viver. Vai tentando ignorar que a gente nasceu pra crescer, amar, evoluir e ser feliz.

Só que não tem jeito de ficar assim pra sempre. Como diz Calunga:

Publicado por ritafoelker

Filósofa, palestrante e jornalista. Escritora reconhecida nos temas: espiritualidade, inteligência emocional e educação, publica livros desde 1992. Faz palestras no Brasil e no exterior. Formação em Pedagogia Sistêmica com a Educação, pelo Instituto Hellen Vieira da Fonseca.

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