A vida se renova, de muitas maneiras. Há uma renovação cotidiana em redor, a Natureza vive uma constante transformação. Toda primavera surgem flores novas, plantas deixam brotos e sementes por toda parte.

Mas a matéria agregada em uma forma tem um tempo limitado de duração. Folhas caem, metais oxidam. Sóis explodem. Corpos envelhecem, embora tantas pessoas não gostem de pensar a respeito ou se recusem a aceitar o envelhecimento.

Penso que não entender isso, fechar-se numa ideia de juventude eterna, é o que significa se tornar “velho”, independente de quanto se viveu. Por que isso acontece?

Vivido sim, arcaico não

A frase-título do post é de O Exterminador do Futuro: Gênesis (2015), que o personagem de Schwarzenegger repete algumas vezes, dizendo que não está ultrapassado ou arcaico, que apenas tem muitos anos de fabricação.

Os anos passam para todos nós e isso é inevitável. Quem não morre na juventude, envelhece.

Mas vivemos tempos em que a aparência se tornou muito mais importante do que já foi. Aparência jovem significa “ser atraente” e perder essa condição angustia muitos. Pessoas recorrem a tratamentos e chegam a se deformarem, tornando seu visual grotesco e artificial.

Contudo, há mais que isso. Muitos viveram uma vida inteira sem realizar seus sonhos, sem terem sido aquilo que desejavam. Para eles, a velhice significa abandonar seus planos e anseios, porque realizá-los vai se tornando mais difícil ou, até, impossível.

Penso que tudo isso reflete um vazio de vida interior. Para mim, envelhecer não é o problema – porque é da Natureza – mas o vazio interior, sim. Osho fala sobre isso: “Sua vida vai continuar vazia se você conhecer apenas as coisas que podem ser compradas e vendidas. Relacione-se com coisas que não podem ser compradas nem vendidas. Aquilo que não pode ser comprado é sagrado.”

A vida não é apenas o que amealhamos em torno de nós. Ela sempre tem algum desafio e resolver situações diversas faz parte do cardápio. O importante é não transformar coisas difíceis em peso e em tragédia. Confiar em si e nas leis espirituais, abrir a intuição mais profunda para as melhores ideias e inspirações.

Sempre que pensamos em mudanças de que precisamos, pensamos em termos do que queremos ter ou conquistar. Dificilmente, pensamos sobre o que precisaremos mudar em nós, em nossa visão do Universo e em nossos hábitos. O envelhecimento físico fica em segundo plano, quando passamos a focar em nosso desenvolvimento intelectual e espiritual, quando encontramos um propósito superior de viver, que nos mantém alegres e motivados no cotidiano.

A felicidade é um movimento interno que vai se espalhando em tudo o que fazemos. Não tem a ver com agitação e nem com possuir tudo como se quer. Tem a ver com perceber a harmonia dos momentos, aceitar os desafios e abraçar a si mesmo com amor, com muito respeito a tudo que se é e que se pode ser.

“Os dois males que estragam nossa existência são a nostalgia de um passado que não existe mais e a espera de um futuro que ainda não existe”, segundo Luc Ferry registra em Aprender a Viver (Ed. Objetiva).

Então, vou encerrando aqui e deixando uma pergunta pra todos nós: O que posso fazer hoje em favor da vida que eu quero viver?

Publicado por ritafoelker

Filósofa, palestrante e jornalista. Escritora reconhecida nos temas: espiritualidade, inteligência emocional e educação, publica livros desde 1992. Faz palestras no Brasil e no exterior. Formação em Pedagogia Sistêmica com a Educação, pelo Instituto Hellen Vieira da Fonseca.

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