Nosso planeta atravessa um momento singular. Convivemos mais de perto com seres ousados, que não temem exercer e expor seu lado obscuro. As inibições da educação, da religião e das convenções sociais não funcionam mais como antes.

Os professores costumam dizer que antigamente podiam pedir ajuda aos pais, para orientar e corrigir certos comportamentos das crianças. Hoje, ao olhar para os pais, os professores dizem entender perfeitamente porque as crianças são daquele jeito… E não se trata simplesmente de negligenciar a função paterna e materna. Pessoalmente, conheci alguns pais coniventes – que apoiam os filhos que cabulam aulas ou desrespeitam os professores – e pais desistentes – que jogaram a toalha, entregaram os pontos, porque não sabem mais o que fazer.

Em vista disso tudo, nunca é demais falar de nossas escolhas, de nosso livre-arbítrio, e observar para onde o uso de uma pretensa liberdade, sem compreensão espiritual da existência, vem conduzindo as pessoas.

Tem criaturas ao redor que tendem a estragar momentos bacanas e a gente não quer estar perto delas: isto é um fato.

Regras devem ser questionadas? Sempre. Mas não desprezadas como inúteis. Ou simplesmente ignoradas.

Todos temos liberdade inata de pensar, sentir e agir, como atributo de nossa inteligência que evolui moralmente. Mas uma coisa é compreender as pessoas. Aceitar as individualidades. Outra, diferente, é aceitar, apoiar ou compartilhar de seus comportamentos.

Então, é preciso pontuar algumas questões, nessa fronteira entre regras e escolhas:

Primeiro, todo mundo é livre pra escolher o que considera melhor pra si. Mas respeitar o direito da escolha não é o mesmo que concordar com ela e não impede de refletir a respeito. Porque o direito de concordar e discordar é tão importante quanto o direito de escolher, porque significa escolher as ideias e atitudes que aceitamos ou não, em nossas vidas, em nossos lares, em nosso ambiente.

A liberdade e a escolha são faculdades para serem bem aproveitadas, para nossa felicidade e bem estar.

Segundo, jamais esquecer que toda escolha tem sempre um preço e um prêmio. Sempre que escolhemos, agimos de um certo modo para atingir um objetivo. Então, o importante é ver quanto se está disposto a “pagar” (tempo, dinheiro, esforço, renúncia, saúde, vida) e o que se espera receber (prazer estético, paz de espírito, convivência em um certo grupo, perspectiva de futuro profissional, harmonia familiar).

Quanto mais cedo as nossas crianças se acostumarem a pensar assim, menos sofrimento à vista, para elas e para as famílias!

Terceiro, lembrar que jamais estamos isolados em nossas escolhas e no uso de nossa liberdade. Sempre temos quem nos ajude a fazer o que queremos fazer, do melhor até o pior. São seres afins que estão encarnados ou são presenças invisíveis que se aproximam pela afinidade de pensamentos e interesses.

Nossas escolhas comuns e atitudes habituais nos colocam em faixas de vibração, pensamento e emoção que nos ligam àqueles que são semelhantes a nós. Quando pensamos em fazer algo, nós nos ligamos a essas faixas num certo nível, mas se for um mau comportamento e se resistimos a ele, isso nos eleva e nos fortalece, ao mesmo tempo, dali para adiante.

Quando, porém, além de pensar, falamos e agimos naquela faixa, entramos cada vez mais na sintonia desses pensamentos, que cada vez mais vão se tornando nossos, porque nós também vamos nos tornando parecidos com eles.

Para perceber isso acontecendo, preste atenção aos seus pensamentos e interesses, Observe em que sintonia esses pensamentos e interesses colocam você. Observe, sobretudo, como se sente ao permanecer neles.

Vida é exercício e aprendizado. Sempre ouvi dizer que Deus estava nos provando, através de nossas escolhas e ações. Mas um dia entendi: Ele está, é nos promovendo!

Publicado por ritafoelker

Filósofa, palestrante e jornalista. Escritora reconhecida nos temas: espiritualidade, inteligência emocional e educação, publica livros desde 1992. Faz palestras no Brasil e no exterior. Formação em Pedagogia Sistêmica com a Educação, pelo Instituto Hellen Vieira da Fonseca.

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