Somos uma civilização espetacular, mas cheia de problemas.

Criamos máquinas e ideias maravilhosas, inventamos novos materiais, desenvolvemos tratamentos revolucionários para nossas doenças.

Mas muitos desses tratamentos infelizmente só são acessíveis a uma parcela mínima da população mundial. Frequentemente, a riqueza de uns se faz à custa da pobreza de bilhões e dos terríveis danos à Natureza. Esses e outros efeitos lamentáveis viram números absurdos, como os 25 milhões de toneladas de resíduos despejados nos oceanos por ano, ou os 30 mil suicídios registrados, também por ano, num país do tamanho do Japão. E temos contribuído para o aquecimento global, que afeta nossas vidas como um todo, embora alguns lugares sofram consequências mais sérias que outros.

Mesmo que trágicos, esses fatos me fazem querer olhar além. Para mim é sensacional que tantas pessoas ainda vivam no mesmo planeta que nós, no Butão, na Polinésia, na Mongólia etc., mas sem nossas manias, nossos desejos consumistas, sem as nossas neuroses, nossas correrias insanas e sem a cruel desigualdade de condições e oportunidades. É uma constatação que nos oferece perspectivas e esperança.

Nós nos distanciamos da Natureza, o que por si já nos embrutece e desumaniza, impedindo de perceber o valor das vidas. E por isso, tentamos evitar a velhice e evitamos pensar na morte, que faz parte dessa mesma Natureza.

Criamos um modo de vida cheio de facilidades e velocidade, mas também cheio de desafios. Só que a facilidade, a tecnologia e a velocidade não têm as respostas de que necessitamos e nem nos apontam caminhos efetivos de solução. Enquanto permanecemos longe de nossa essência, das mais profundas necessidades de alma e de um verdadeiro senso de propósito, vamos continuar aumentando esses números alarmantes que servem de indicadores do tamanho e gravidade da nossa doença.

Cresce, no entanto, o número de pessoas que buscam desenvolver a espiritualidade, nas tradições antigas, na sabedoria budista, nos rituais xamânicos, nas terapias bioenergéticas, no estudo da filosofia, na orientação de gurus e facilitadores, almejando algum tipo de cura e reconexão consigo mesmas e com o propósito maior de suas existências. E certamente é nessa reconexão e consciência que vamos começar a curar o mundo. Curando a nós mesmos. Reencontrando nosso propósito maior neste planeta.

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Sobre a foto: Em 2018, o fotógrafo Jimmy Nelson publicou Homenagem à Humanidade, seu segundo grande projeto intitulado Homenagem à Humanidade. Ele visitou 34 culturas indígenas em cinco continentes. Algumas dessas fotos incríveis foram publicadas pelo site Bored Panda, entre elas, a nossa foto em destaque.

Publicado por ritafoelker

Filósofa, palestrante e jornalista. Escritora reconhecida nos temas: espiritualidade, inteligência emocional e educação, publica livros desde 1992. Faz palestras no Brasil e no exterior. Formação em Pedagogia Sistêmica com a Educação, pelo Instituto Hellen Vieira da Fonseca.

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