Perdi a conta dos elogios ao filme O menino que descobriu o vento (2019) que já ouvi e li. São muitas análises e posts com diferentes destaques na trama forte e inspiradora.

Mas além de assistir à emocionante história real de William Kamkwamba no Netflix e ficar encantada, assisti também a Sem retorno (2015), outro filme surpreendente:

Em O menino que descobriu o vento, uma família convive no Malawi com necessidades mais básicas e perigos para a própria sobrevivência, sem perspectiva de cultivar a terra por causa da seca implacável e sob um governo que não se importa com a população. Mas o filho do meio descobre como construir uma bomba de água movida a energia eólica. Ele atravessa enormes obstáculos, mas sua visão e determinação vencem um desafio após outro, até que venham os resultados: a possibilidade de cultivar a terra, resolvendo os problemas da fome e da pobreza extrema.

Em Sem retorno, um homem muito rico, sofrendo de uma doença terminal, utiliza os serviços de uma empresa que garante transferir a sua consciência para um corpo jovem e saudável, mas ignora que a empresa esconde a verdadeira origem desse corpo. Quando descobre a verdade, tanto a sua como outras vidas ficam em perigo.

Duas situações extremas de duas pessoas inteligentes e com visão. O garoto constrói o catavento que modifica o terrível destino de uma comunidade inteira. Sua visão, ao ser concretizada, gera oportunidades para muitos, cria alegria, nutrição e boas perspectivas. O cientista cria um método de ressurreição e não se importa em causar danos, roubar vidas para ganhar dinheiro. Além disso, o processo utilizado torna seus clientes dependentes de um medicamento que apenas sua empresa pode fornecer.

São duas escolhas que expõem a diferença entre a presença ou a ausência de bons sentimentos e princípios éticos. De princípios que protegem e respeitam a vida e a dignidade. Atitudes éticas não têm a ver com condição social, cultura acadêmica ou investimento, nem com a falta desses itens.

William é o construtor, suas ações promovem fluxos de vida, alegria e prosperidade, inspiram fé e esperança. Constroem riqueza que vai muito além do aspecto monetário. Para ele, família importa, vida importa.

Albright, o cientista, é o predador, cujas ações criam sofrimento e mortes por puro egoísmo. Seu dinheiro e inteligência que não resultam em bem estar e felicidade para ninguém. Nem mesmo para ele próprio.

O que nos leva à percepção dos futuros possíveis e dos que são desejáveis. Um futuro possível é aquele pode ser determinado pelos conjuntos das nossas ações presentes e futuras. Há futuros possíveis que são desejáveis e há outros que não desejamos.

Um futuro desejável… ora, desejo não é algo subjetivo? Certamente. Mas é plausível pensar que a maioria dos seres humanos deseja um futuro de respeito à vida e às pessoas, de progressos que facilitem nossa existência, resolvam nossos desafios, oportunizem a cura para as nossas enfermidades, permitam a erradicação da fome e da violência.

Então, os dois filmes nos mostram que, se é isso que queremos, o importante não é saber se somos milionário com acesso a confortos e facilidades ou se sobrevivemos em condições mínimas. O importante é determinar quais são o nosso propósito e as nossas motivações.

Qual das duas visões, a do garoto e a do cientista, expostas em ambos os filmes, tem mais chance de criar e ampliar as possibilidades de futuros desejáveis?

E você? Qual futuro você deseja?

Publicado por ritafoelker

Filósofa, palestrante e jornalista. Escritora reconhecida nos temas: espiritualidade, inteligência emocional e educação, publica livros desde 1992. Faz palestras no Brasil e no exterior. Formação em Pedagogia Sistêmica com a Educação, pelo Instituto Hellen Vieira da Fonseca.

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