Pais conectados na rotina escolar dos filhos e professores sentem hoje os sérios problemas de um modelo educacional ultrapassado, num país que precisa de profundas transformações na Educação.

Muitos professores incríveis, como Débora Garofalo, que se destacou na mídia ao ser indicada como finalista para o Teacher Global Prize, considerado o “Nobel da educação”, já perceberam e começaram a trabalhar na educação do futuro.

O que a Débora faz de diferente? Vai para a rua entender os problemas, junto com a classe. Recolhe material reciclável. Apresenta os princípios da robótica às crianças. Permite que elas desenvolvam seus próprios projetos. Ela não “dá aula”, mas cria uma situação de aprendizagem.

Ela conecta seu conteúdo com os sistemas a que ele pertence e com a própria vida dos alunos! Enquanto isso, a escola tradicional ensina disciplinas desconexas de um jeito que não faz sentido algum para eles. Avalia por meio de provas escritas, que ficarão esquecidas nas gavetas do colégio e nas cabeças dos estudantes.

Um dos conceitos mais revolucionários da Educação, hoje, se chama Inteligência Sistêmica, a capacidade de perceber os fatos como pertencentes a sistemas, em relações complexas que não funcionam pela lógica ou causalidade simples e que, por isso mesmo, ficam invisíveis para a razão e, até mesmo, para as emoções. Por que isso ocorre? Porque no todo da vida, existem causalidades não evidentes, reações emocionais e outros efeitos que demoram para aparecer, por causa da complexidade inerente à estrutura desses sistemas.

“Não existe hoje, do meu ponto de vista, descoberta mais importante do que o que estamos aprendendo sobre inteligência sistêmica inata dos alunos. Ela está aparentemente presente desde a idade mais tenra e, se estimulada, pode evoluir em escopo e profundidade surpreendentes em alunos mais velhos.” (Peter Senge, em O Foco Triplo)

A Inteligência Sistêmica funciona quando se busca ver o cenário mais amplo e enxergar um fato por diferentes perspectivas. E Peter Senge destaca que nosso primeiro “professor” em compreender sistemas é o mundo vivo. A natureza está continuamente em fluxo e é infinitamente interligada, escreve ele.

Um jeito simples das crianças exercitarem a Inteligência Sistêmica está no cuidado e cultivo das plantas. Convide seus filhos para ajudar com os vasos ou no jardim. Regar. Mexer na terra. E observar. Você pode providenciar algumas espécies pouco exigentes, fáceis de cuidar, em vasinhos que serão de responsabilidade deles. Espécies não venenosas – lógico!!! Algumas suculentas são muito apropriadas, com sua variedade de formas e cores, além da facilidade de cultivo.

A primeira grande experiência de pertencimento a um sistema, presente nesse exercício, é a observação de seres vivos em desenvolvimento e de sua interação com outros seres, com o clima, a água, as condições de luz ou sombra, com as nossas ações sobre eles.

Outro benefício reconhecido, da proximidade da Natureza, está no poder que esse contato tem de diminuir o ritmo dos pensamentos, de afastar das telas e dispositivos eletrônicos, de tornar-nos conscientes do ambiente mais amplo que nos rodeia. O sistema familiar experimentará alterações positivas.

Quanto à própria escola, ela tem outro aspecto que não pode ser ignorado: ela é um sistema. E é facilmente perceptível que esse sistema existe, quando há uma mudança de escola. Logo percebemos que há regras diferentes, relações diferentes com professores e colegas, formas diferentes de resolver problemas, atitudes que passam a ser aceitas ou proibidas, consequências novas para antigos hábitos ou comportamentos… porque é um sistema diferente do anterior.

Na escola, cultivar uma horta é uma vivência que conecta várias disciplinas. Ciências, geografia, matemática, língua portuguesa, artes, música. Use a imaginação! E observe as transformações sistêmicas que vão surgindo nas turmas, no ambiente, nas salas, no todo, a partir dessas atividades.

Esses exercícios simples vão na contramão de nossas formas atuais de experimentar a vida, em que ovos vêm higienizados dentro de caixas e café, numa cápsula que entra numa máquina e vira algo que se bebe. Em que nada parece ter valor, se não pelo consumo, em que nada parece ter história nem futuro.

Publicado por ritafoelker

Filósofa, palestrante e jornalista. Escritora reconhecida nos temas: espiritualidade, inteligência emocional e educação, publica livros desde 1992. Faz palestras no Brasil e no exterior. Formação em Pedagogia Sistêmica com a Educação, pelo Instituto Hellen Vieira da Fonseca.

Se junte à conversa

2 comentários

  1. O texto está com vários problemas de falta de revisão – palavras truncadas, erros de concordância singular-plural. Isso acaba desvalorizando o conteúdo e dificultando o pleno entendimento por parte do leitor.

    Curtir

    1. Olá, Rosemary. Que bom que você leu com carinho e atenção. E eu, como revisora, sei perfeitamente da sensação desagradável que causa um texto truncado. Em parte, isso ocorreu porque acabei usando um teclado ruim que me pregou umas peças, em parte por desatenção. Eu lhe agradeço e peço, se puder, para ler o texto revisado.

      Curtir

Deixe um comentário