Nós vivemos num país com certas crenças generalizadas. Essas crenças nem sempre nos ajudam a progredir como sociedade, mas estão aí e são muito fortes.
No Brasil, a maioria das pessoas acredita que os grandes problemas sociais serão resolvidos com leis, com dinheiro e/ou, a cada quatro anos, com eleições.
Se uma categoria profissional se sente prejudicada em seus direitos, faz um movimento que reivindica leis que os formulem ou aumentos de salário.
Se a saúde pública está em precárias condições, cria-se, por exemplo, a obrigatoriedade de destinar uma porcentagem de recursos para a saúde. Os cidadãos pagam por isso e o problema persiste. O investimento vai parar em outras destinações, como estádios de futebol que se tornaram elefantes brancos que só geram despesas.
Se for para votar, a tendência é enxergar, numa certa personalidade, o milagre da solução de todos os problemas. (Quanta ilusão!)
A impressão que se tem é de que as leis farão o país funcionar melhor mas, curiosamente, boa parte delas acaba nunca saindo do projeto ou do papel. Quanto aos “salvadores do povo”, revelam-se simplesmente seres humanos falíveis que resistem às tentações do poder ou a elas, não raro, sucumbem.
Você vê um ser humano dormindo debaixo de um viaduto e acredita que, se ele tiver uma casa para morar, seu problema estará resolvido. Mas a pretensa solução mostra-se ineficaz pois, se não houver orientação, conscientização, se não houver uma mudança interior, um crescimento cultural e espiritual efetivo, em pouco tempo, ele estará novamente desabrigado, faminto e adoecido.
O que faz a diferença, portanto, o que realmente gera melhoria de vida para o indivíduo e, consequentemente, progresso social, é a melhoria interior. É o desenvolvimento das capacidades da alma, da autoestima às mais diversas habilidades de lidar com situações emocionais e materiais. E o caminho – ouso dizer, o único caminho – para esse desenvolvimento é o caminho da Educação (tomada aqui em sentido amplo, não só como o percurso das etapas curriculares e a formação profissional, mas significando todo movimento pessoal no sentido de desenvolver potenciais próprios e de assumir a responsabilidade por si e seu progresso, independente de idade, de escolaridade e de possibilidades econômicas. Portanto, sem atirar reivindicações para todos os lados, enquanto nada se propõe a realizar.
Se posso frequentar a escola, se posso assistir a uma palestra sobre um tema que me ajuda a melhor me conduzir no meu dia-a-dia, se posso retirar da biblioteca um livro que abre horizontes, se posso ouvir um bom podcast ou boa música, se tenho chance de ver exposições de arte e bons espetáculos gratuitos ou a preços populares, se fico sabendo de um grupo sério que estuda as leis espirituais da Vida e decido participar dele, estou tomando atitudes aparentemente insignificantes, mas que representam mudanças profundas em minha realidade, porque me transformam por dentro. Me promovem a um patamar de entendimento e ação individual e social mais alto.
Assim procedendo, estou me capacitando para vivenciar as situações cotidianas com mais conhecimento e equilíbrio e, portanto, com menos sofrimento. A coletividade e o lugar onde estou apresentarão reflexos positivos desse movimento que acontece em cada alma.
Eis é o resultado do crescimento espiritual. Fora isso, me arrisco a ser manipulado, transformado em massa de manobra ou inocente útil a serviço de fins nem sempre éticos. Porque quando não há transformação interna, o dinheiro pode tornar-se motivo de dissabores e conflitos, as leis podem apenas servir a interesses pequenos e casuísticos, sem cumprirem de fato sua maior função na sociedade, que é tornar nossas vidas melhores, tanto no âmbito individual, quanto no coletivo. Sem crescimento espiritual, cargos públicos se tornam oportunidades de ganhos indecorosos e caminho de tentações às quais, se não se consegue resistir, criam comprometimento cármico. E mais mazelas sociais.
_____
Imagem: Diogo Nunes (Unsplash)
Enquanto isso ñ acontece, temos q decidir o futuro do Brasil no dia 30 , e decido ñ pq gosto e idolatro tal candidato, mas pq penso no coletivo , e decido por aquele que apresentou melhor trabalho perante o Brasil, que é sincero e ñ se faz de bonzinho dizendo o q o povo quer escutar. A verdade doi , sabemos, mas é melhor q.a mentira falsa que ilude as pessoas de boa fé.
CurtirCurtir
Gratidão pelo sábio texto.
CurtirCurtir