O amor voltou à pauta e às redes sociais, com a decisão da Suprema Corte que permitiu as uniões homoafetivas nos Estados Unidos, na semana que passou. Uma vitória importante, dentro do sistema legislativo deles. Aguardam-se bons frutos.

Aqui no Brasil, contudo, é conhecida uma outra realidade cultural: não basta ser lei, precisa “pegar”. Fora isso, amor não se decreta. Amor não se impõe. Então, se tem lei que não pega, lei pra amar é uma coisa que absolutamente não existe.

Uma das características do sentimento amoroso é a espontaneidade. Gestos e palavras podem ser escolhidos, mas não o que sentimos sobre algo ou alguém. Na impossibilidade de aceitar e amar, portanto, ainda há algo a fazer.

Liev Tolstoi escreveu em Anna Karenina que “o respeito foi inventado para esconder o lugar vazio onde deveria estar o amor.”

Por que Tolstoi diz isso? É que o respeito pode ser um estado passivo. Não preciso fazer nada, é só me abster. Se não tenho sentimentos significativos por certa pessoa, o respeito se traduz em não fazer a ela o que não desejo que faça a mim. Isso funciona nas relações interpessoais, na vida social, perante todos os demais seres e o próprio planeta.

Já o amor se traduz em fazer ao próximo aquilo que gostaríamos que ele nos fizesse. Refere-se a ações. Isso quer dizer que não existe amor preso em si mesmo, amor inativo. O amor se expressa em atitudes e gestos que o traduzem. Ele inclui a lealdade, a gentileza, o carinho, a dedicação, a aceitação, inclui muita coisa. Mas ele não é teórico e, muito menos, passivo.

Assim sendo, se você não consegue amar, porque tornar-se um ser amoroso e sábio leva, em geral, um longo tempo evolutivo, ao menos, respeite! Fique na sua!

Enquanto isso, tente se lembrar de que “somente o amor leva à ação correta. O que traz a ordem ao mundo, é amar e deixar que o amor faça o que quiser” (J. Krishnamurti).

E se lembre também da exortação de Paulo: “Todas as vossas coisas sejam feitas com amor” (I Coríntios 16:14).

O cotidiano traz muitos motivos pra fazer ou não fazer as coisas. O curioso é que, às vezes, a gente hesita em fazer algo por amor. Mas convive razoavelmente com escolhas que nos afastam dos demais, que nos adoecem, com palavras que diminuem ou machucam. Poderia ser diferente? E como seria uma vida, constantemente guiada pelas escolhas do amor e sob o signo do respeito?…

Publicado por ritafoelker

Filósofa, palestrante e jornalista. Escritora reconhecida nos temas: espiritualidade, inteligência emocional e educação, publica livros desde 1992. Faz palestras no Brasil e no exterior. Formação em Pedagogia Sistêmica com a Educação, pelo Instituto Hellen Vieira da Fonseca.

Se junte à conversa

2 comentários

Deixe um comentário