Seus dias não estão completos se você não fez algo que possa oferecer ou mostrar para os outros? Está sempre tendo ideias, buscando receitas de pratos para agradar uma ou várias pessoas? Aprecia ter o que mostrar, desde que seja feito por você (tenha sua marca)?

Você só se sente você quando você exibe algo, quando vai pra reunião do grupo e leva aqueles presentinhos, e quando a família vem pro almoço e você faz aquela torta…? Então, você dá muita importância ao que faz ou oferece para outras pessoas, a ponto de se identificar com isso. Ou seja: você não se basta.

A gente sempre se identifica com algo que faz. Profissionalmente, por exemplo, exercer uma função, estudar sobre ela, é um modo de traduzir quem sou. Mas vira um problema quando aquilo que faço se confunde com aquilo que eu sou. Precisar ter sempre o que apresentar, é um jeito de se esconder. E a gente faz isso porque, no fundo, quer ser amado, mas não se considera bom/boa o suficiente para isso.

Seu comportamento mais comum é sempre buscar agradar ou receber elogios. Isso, porque a emoção mais presente em você é o medo. Medo de não ter o amor das pessoas, nascido da baixa autoestima. Você não se sente suficientemente bom/boa sendo apenas quem é e fazendo apenas o que tem real vontade de fazer. Isso também desperta ou incentiva sua vaidade, o desejo de ser reconhecido pelos outros, uma vez que não reconhece a si mesmo (a).

O efeito mais comum desse padrão é a sua incapacidade de dizer “não”, porque não pode desapontar, e também o cansaço, porque não consegue parar de ser assim e vai deixando seus prazeres e vocações de lado.

Observe: é perfeitamente saudável fazer coisas para agradar, para deixar alguém contente: um bolo, um enfeite, um poema. Agradar por prazer, contudo, é diferente de se sentir na obrigação de agradar, que é o que Calunga chama de “agradismo”, uma distorção doentia de comportamento.

Fazer por gosto: ótimo! Mas se você só faz porque sabe que outros vão ver e comentar… Cuidado!

Uma prática saudável é identificar as suas verdadeiras responsabilidades, começando por suas responsabilidades perante si mesmo(a). Descobrir o que gosta de fazer, independente de ser visto ou reconhecido, e dedicar tempo a isso. Dê a si esse direito, ame-se! Aceite que você pode dizer “não”, que este é um direito seu e não precisa dar explicações sobre ele, quando não quiser. Não se sinta culpado(a) por fazer coisas para agradar a si mesmo(a).

(Este texto é parte integrante do livro Efeito Constelação. Lançamento em breve.)

Publicado por ritafoelker

Filósofa, palestrante e jornalista. Escritora reconhecida nos temas: espiritualidade, inteligência emocional e educação, publica livros desde 1992. Faz palestras no Brasil e no exterior. Formação em Pedagogia Sistêmica com a Educação, pelo Instituto Hellen Vieira da Fonseca.

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